domingo, 30 de agosto de 2009

Bandoleira de José Carlos Magdalena

O livro é muito bom, foi escrito voltado para os adolescentes, baseado na vida real contando a história de alguns adolescentes que moram em uma favela e muitos deles já estão na vida do crime, da prostituição, etc. Mas o livro não se percebe que foi feito para os adolescentes somente por contar a historia sobre eles, mais também pelo modo da escrita, as falas são informais e cheia de gírias.
Nessa historia ocorre vários dramas, eu gostei mais do primeiro que é quando Tatinha resolve se candidata para ser representante de sala, e fora ela ninguém mais quis se candidata nos anos anteriores porque sempre o Bude vencia. Bude é um boyzinho de nível de vida mais alta que não mora ali na favela mais em um bairro ali perto, e estuda na escola do beco junto com o pessoal da comunidade. Ele sempre vencia as eleições porque era um menino que tinha dinheiro e muitos da escola pagava o maior pau para ele por causa do seu dinheiro, enfim como ele nunca tinha concorrente Bandoleira resolve enfrenta-lo nas urnas, e isso causa o maior rebuliço na escola. Para vencer Bude ela se uniu com Betão e a namorada dele a Cilse. Mas porque ela se uniu com Betão e Cilse? Bom o Betão tem maior moral na escola, moral não né, o pessoal tem é medo dele, pois ele já foi para a Febem por causa de uma treta da pesada na qual não sabemos qual é, e por isso o pessoal tem medo dele.
Bude para garantir seus votos resolveu dar uma festa, mais uma festa das boas mesmo, daquelas que sai muito caro, foi o maior sucesso, ferveu de gente. Com essa festa Tatinha ficou preocupada, pois ela não tinha dinheiro para dar nem uma festa ruim. Betão quis ajudar Tatinha e disse que ia arrumar dinheiro, sumiu por uns três dias e depois volto com muito dinheiro e já tava anunciando a festa. Ela ficou preocupada porque Betão não tinha tanto dinheiro assim, e ficou se perguntando onde ele arranjou? Mais não teve respostas. Bom chegou o dia da festa e correu tudo bem, Tatinha voltou para casa e foi dormir. No outro dia seria a votação, Tatinha acabou perdendo e ficou muito chateada pois só teve 2 votos o seu e o do Betão, foi pra casa brava e assim ficou o dia todo até a hora de dormir. Naquela madrugada ela acordou com uns barulhos e Betão na sua janela pedindo ajuda. Ela abriu, ele entrou, e se escondeu debaixo da cama. Ela não estava entendendo nada mais estava desesperada com medo de seu pai acordar. Enfim Betão estava fugindo da policia por causa do dinheiro da festa que ele havia roubado, acabaram descobrindo Betão em baixo da cama de Tatinha, seu pai quando viu aquilo ficou muito brava, e ela teve que fugir de casa e ficou vários dias escondida no meio da mata com medo de ser presa e também de seu pai acabar com sua vida. Enfim esse foi o drama que eu mais gostei. Ela queria tanto ser a representante de sua classe que acabou entrando em uma fria.
Alunas: Beatriz C. Vieira
Daniele M. Baratela

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

José: Nação Crioula

Eu gostei da obra, inspirada nas de Carlos Iradiquez Mendes personagem criada por Eço de Queiroz que é uma história de um amor secretode um português com uma grega, também gostei da parte que os dois estavam numa sociedade Agolana e isto foi em pleno século XIX. Também achei o livro interessante porque ele não era por capitulos e sim por forma de cartas, eu nunca tinha lido um livro desta forma. O livro da até impressão que está fazendo uma homenagem a Angola em forma de carta mais ao mesmo tempo parece fingimento dessa sociedade que eram sistematicas eesquecida por Portugal.

Aluna: Érika A. Tasca n°10

domingo, 7 de junho de 2009

Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha

Augusto, Leopoldo e Fabrício estavam conversando, quando Filipe chegou e os convidou para passar um fim de semana na casa de sua avó que ficava na Ilha de Paquetá. Todos ficaram empolgados, menos Augusto. Filipe comentou a respeito de suas primas e de sua irmã, que provavelmente estariam na ilha. Foi quando surgiu uma discussão que deu origem a uma aposta; Filipe desafiou Augusto dizendo que se ele não se apaixonasse por uma das moças ali presentes, no prazo de um mês, seria obrigado a escrever um romance sobre sua história. Passaram-se quatro dias, Augusto recebeu uma carta, que lhe foi entregue por seu empregado Rafael, a mando de Fabrício. A carta dizia que o namoro de Fabrício com D.Joaninha não estava indo muito bem, pois ela era muito exigente. Ela fazia-lhe pedidos absurdos como escrever quatro cartas por semana, passar quatro vezes ao dia em frente à sua casa e nos bailes ele teria que usar um lenço amarrado em seu pescoço, da mesma cor da fita rosa presa a seus cabelos. Terminando a leitura, Augusto começou a rir porque era ele quem sempre aconselhava Fabrício em seus namoros. Na manhã de sábado, chegou à ilha e encontrou seus amigos, que estavam a sua espera. Entrando na casa, se dirigiu à sala e se apresentou, em seguida foi procurar um lugar para sentar-se perto das moças. Foi então que ele se deparou com D.Violante, que lhe ofereceu um assento. Ela falou por várias horas sobre suas doenças, e perguntou o que ele achava. Augusto já irritado de ouvir tantas reclamações, disse que ela sofria apenas de hemorróidas. D.Violante se irritou, afirmando que os médicos da atualidade não sabem o que falam. Fabrício chegou interrompendo a conversa e chamou Augusto para um diálogo em particular. Os dois começaram a discutir sobre a carta, pois Augusto disse que não pretendia ajudá-lo em seu namoro com D.Joaninha. Fabrício então declarou guerra a Augusto. Logo após a discussão, chegou Filipe chamando-os para o jantar. Na mesa, após todos terem se servido, Fabrício começou a falar em tom alto, dizendo que Augusto era inconstante no amor. Ele, por sua vez, não respondeu as provocações, mas, na tentativa de se defender, acabou agravando ainda mais a sua situação perante todos. Após o jantar, foi todos passear no jardim e Augusto foi isolado por todas as moças. Apenas D.Ana aceitou passear com ele. Augusto quis dar explicações à D.Ana, mas preferiu ir a um lugar mais reservado. Ela sugeriu então que fossem até uma gruta, onde sentaram num banco de relva. Começaram a conversar e Augusto contou sobre seus antigos amores e entre eles do mais especial, que foi aos treze anos, quando viajando com seus pais conheceu uma linda garotinha de oito anos, com quem brincou muito na praia, quando um pobre menino pediu-lhes ajuda. Eles foram levados a uma cabana onde estava um velho moribundo a beira da morte. Sua mulher e seus filhos estavam chorando. As crianças comovidas deram todo o dinheiro que possuíam a mulher do pobre velho. O velho agradeceu e pediu de cada um deles um objeto de valor. O menino deu-lhe um camafeu de ouro que foi envolvido numa fita verde e a menina deu-lhe um botão de esmeralda que foi envolvido numa fita branca, transformando-os em breves. O camafeu ficou com a menina e a esmeralda com o menino. Depois trocados os breves, o velho os abençoou e disse que no futuro eles se reconheceriam pelos breves e se casariam. Foram embora e a menina saiu correndo de encontro a seus pais sem ter revelado o seu nome, e a partir daquele momento nunca mais se viram. Acabada a história Augusto levantou-se para tomar água. Ao pegar um copo de prata foi interrompido por D.Ana que resolveu lhe contar a história da gruta, que era a lenda de uma moça que se apaixonara por um índio que não a amava e de tanto ela chorar, deu origem a uma fonte, cuja água era encantada. Disse também que quem bebesse daquela água teria o poder de adivinhar os sentimentos alheios e não sairia da ilha sem se apaixonar por alguém. D.Ana explicou também que a moça cantava uma canção muito bela, quando de repente eles escutaram uma linda voz. Augusto perguntou a D.Ana de onde vinha aquela melodia e ela explicou que era Carolina que cantava sobre a pedra de gruta e ele ficou encantado. Logo após o passeio, foram todos até a sala para tomar café e a Moreninha derramou o café de Fabrício sobre Augusto. Ele foi se trocar no gabinete masculino quando Filipe entrou e sugeriu que ele fosse se trocar no gabinete feminino, para que pudesse ver como era. Augusto aceitou e enquanto se trocava, ouviu vozes das moças que iam em direção ao gabinete. Ficou apavorado, pegou rapidamente as roupas e se enfiou debaixo de uma cama. As moças entraram, sentaram-se e começaram a conversar sobre assuntos particulares. O rapaz ouviu toda a conversa e quase não resistiu ao ver as pernas bem torneadas de Gabriela na sua frente. De repente ouviram um grito e Joaninha disse que a voz parecia com a de sua prima D.Carolina. Todos saíram correndo para ver o que estava acontecendo e Augusto aproveitou para terminar de se trocar e saiu do gabinete para ver a causa daquele grito. O grito era da Moreninha que viu sua ama D. Paula caída no chão, devido a alguns goles de vinho que tomou junto do alemão Kleber. D.Carolina não queria acreditar que sua ama estivesse bêbada e levaram-na para o quarto. A Moreninha estava desesperada quando Augusto, Filipe, Leopoldo e Fabrício entraram no quarto e percebendo a embriaguez da velha senhora, começaram a dar diagnósticos absurdos. D.Carolina só acreditou em Augusto e não aceitou o verdadeiro motivo do mal estar de sua ama. Todos saíram do quarto e se dirigiram até o salão de jogos. Augusto foi conversar com D.Ana e perguntou sobre o paradeiro da Moreninha. D.Ana disse que ela estava no quarto cuidando de sua ama. Augusto foi até o aposento e chegando na porta viu uma cena inesquecível; ela lavava com suas delicadas mãos os pés de sua ama e ele comovido se ofereceu para ajudá-la. Depois disso Augusto sugeriu que a deixasse repousar, pois no dia seguinte estaria bem. D.Carolina foi se trocar para em seguida ir ao Sarau, colocou um vestido muito bonito, mas fora dos padrões normais, pois mostrava parte de suas pernas. Todos queriam dançar com ela e Fabrício pediu-lhe a terceira dança, mas a garota mentiu dizendo que iria dançar com Augusto. Ele por sua vez dançou com todas as moças e jurou-lhes amor eterno, inclusive para a Moreninha. No fim da festa Augusto encontrou um bilhete que estava em seu paletó, dizendo para ir à gruta no horário marcado e logo após encontrou outro no qual dizia que aquilo era uma armadilha. No dia seguinte, Augusto foi até a gruta no horário marcado e encontrou as quatro jovens e antes que elas pudessem falar, foram surpreendidas pelo rapaz que contou cada uma que ouvira no gabinete. As moças ficaram revoltadas e depois de irem embora Augusto foi surpreendido pela Moreninha que começou a contar a conversa dele com D.Ana. Mas primeiro ela tomou um copo da fonte e foi por este motivo que Augusto ficou mais impressionado, pois se lembrou da lenda da fonte encantada, e logo depois do susto, declarou-se a ela. Depois de acabadas as comemorações, as pessoas voltaram para suas casas. Augusto não se cansava de contar sobre D.Carolina para Leopoldo, que sempre dizia que aquilo era amor. Os rapazes acharam conveniente visitar D.Ana, Augusto se encarregou dessa tarefa no domingo. D. Ana foi recebê-lo e contou-lhe que D.Carolina estava triste até saber se sua vinda para a ilha. Durante o almoço Augusto viu um lenço na mão de D.Carolina e adivinhou que ela o tinha bordado e após muita conversa D.Carolina resolveu ensiná-lo a bordar. Depois do almoço, Filipe e Augusto foram jogar baralho, quando ouviram o chamado da Moreninha para a primeira aula de bordado. A lição acabou ao meio dia e Augusto achou prudente ir embora, despediu-se de todos e combinou com D.Carolina, que no domingo seguinte voltaria e traria o lenço já terminado. No domingo seguinte, Augusto voltou até a ilha e levou o lenço totalmente pronto, para que sua mestra pudesse o ver, ela não acreditou que ele fizera um trabalho tão bem feito e começou a chorar, dizendo que ele tinha outra mestra. Augusto tentou explicar-se de todas as maneiras possíveis, e disse que o lenço fora comprado de uma velha senhora. Depois de muita insistência a Moreninha aceitou a situação, pois D.Ana disse-lhe que sua atitude era infantil. Depois do incidente Augusto chamou a Moreninha para um passeio e percebeu que ela estava um pouco nervosa, foi então, que ele perguntou-lhe se havia um amor em sua vida, ela respondeu com a mesma pergunta e Augusto disse que o grande amor de sua vida era ela. A Moreninha ficou imóvel e disse que o seu amor poderia ser ele. Augusto voltou para sua casa e foi proibido de voltar à ilha por seu pai, pois seus estudos estavam sendo prejudicados. D.Carolina não era mais a mesma desde a partida de Augusto que agora estava em depressão. Seu pai, vendo que estava prestes a perder seu filho, achou melhor que Augusto voltasse à ilha e pedisse a mão da Moreninha em casamento. Chegando próximo à ilha, viram a Moreninha cantando sobre a pedra, e ela ao vê-los ignorou-os. D.Ana foi recebê-los e o pai de Augusto explicou a situação se seu filho. Eles foram até a sala e de repente a Moreninha apareceu com seu vestido branco chamando a atenção de todos, foi então que o pai de Augusto fez o pedido diretamente a Moreninha, pois seu filho não tinha coragem o suficiente. A moça ficou assustada e disse que daria a resposta, mas tarde na gruta, mas D.Ana disse ao pai de Augusto que não se preocupasse, pois a resposta seria sim. Augusto, ansioso, foi até a gruta e chegando lá encontrou a Moreninha, os dois conversaram e ela perguntou se ele ainda amava a menina da praia. Ele disse que não, pois seu amor pertencia somente a ela. Ela disse que não poderia se casar, pois ele já estava comprometido com outra pessoa. Irritado, ao sair da gruta foi surpreendido quando ela lhe mostrou o breve verde. Augusto não agüentou a emoção e pegando o breve ajoelhou-se aos pés da Moreninha, começando a desenrolar o breve reconhecendo o seu camafeu. O pai de Augusto e D.Ana entrou na gruta e não entenderam o que estava acontecendo, acharam que os dois estavam malucos e Augusto dizia que encontrara sua mulher e a Moreninha por sua vez dizia que eles eram velhos conhecidos. Logo após Filipe, Leopoldo e Fabrício viram a alegria do novo casal, mas Filipe foi logo dizendo que já se passaram um mês, Augusto perdera a aposta e deveria escrever um romance. Augusto surpreende a todos dizendo que o romance já estava pronto e se intitulava A Moreninha.

Amor de Perdiçao; Camilo Castelo Branco.

Na introdução do romance, o narrador-autor reproduz o registro de prisão de Simão Botelho nas cadeias da Relação do Porto e antecipa o degredo do moço, aos 18 anos, em circunstância ligada a uma paixão juvenil, bem como o desenlace trágico da história. Falando diretamente ao leitor, imagina a reação que tal história pode provocar: compaixão, choro, raiva, revolta frente a falsa virtude alegada pelos homens em atos injustos e bárbaros.
Passa então a contar a história da família de Simão Botelho. Principia acompanhando a trajetória de seu pai, Domingos Botelho, que, formado em Direito, inicia sua carreira em Lisboa, onde cai nas graças dos reis. Na Corte, se apaixona por uma dama de D. Maria I, D. Rita Castelo.
Após dez anos de tentativas de aproximação e conquista, casam-se por fim em 1779. Em 1801, estão fixados em Viseu, em companhia de suas três filhas. Seus dois filhos estudam em Coimbra. Manuel, o mais velho, muito reclama de seu irmão Simão, ao que o pai não dá muitos ouvidos. Antes até se orgulha de sua valentia e dos resultados acadêmicos de Simão. Mas quando Simão, em férias em casa, se mete numa briga, em defesa de um criado que fora espancado, seu pai enfurecido o quer ver preso. Sua mãe o ajuda na fuga para Coimbra, onde aconselha que o filho aguarde aplacar a fúria do pai.
Simão, no entanto, mais seguro de si e de sua coragem do que nunca, começa a defender publicamente a Revolução Francesa e, por isso, acaba retido em cárcere acadêmico por seis meses. Perdido o ano escolar, retorna à casa dos seus pais. Domingos Botelho se mantém frio e distante, não dirigindo a palavra ao filho.
Grande e misteriosa transformação vai se operando em Simão, que muda completamente seu comportamento: sai pouco, fica longamente no próprio quarto, mantendo-se pensativo. Tal transformação faz com que, findos cinco meses, o pai consinta que o filho lhe dirija à palavra. Desconhece a esse momento Domingos Botelho a real razão da mudança de seu filho: o rapaz nos seus 17 anos está apaixonado pela filha do vizinho, um inimigo de seu pai. A inimizade tinha se concretizado quando Domingos Botelho dera sentenças contrárias aos interesses de Tadeu de Albuquerque e azedado mais uma vez quando Simão machuca empregados de Tadeu em recente briga.
Por três meses, Simão e Teresa encontram-se e falam às escondidas, sem levantar nenhuma suspeita. Sonham casar-se e fazem planos para concretizar seus desejos de vida em comum.
Na véspera do retorno de Simão à Coimbra, os enamorados falam-se pela janela, quando subitamente Teresa é arrancada da frente de Simão. É seu pai, reagindo fortemente ao flagrante. Simão se desespera, tem febre, mas assim mesmo parte para Coimbra, com o plano de retornar secretamente para se comunicar com Teresa. Momentos antes de sair em viagem recebe da mão de uma mendiga um bilhete, em que Teresa lhe revela as ameaças de seu pai de encerrá-la num convento. Pede, no entanto, que Simão siga para Coimbra, garantindo que se manterá em contato.
Rita, a irmã caçula de Simão, e Teresa começam a travar uma amizade secreta, com conversas sussurradas através das janelas. Numa destas conversações são flagradas e Rita, ao ser pressionada pelo pai, conta tudo o que sabe.
Tadeu de Albuquerque percebe também o incidente, mas se mantém tranqüilo. Não que tenha passado a ver com melhores olhos o namoro: tem para consigo mesmo a convicção de que o melhor remédio para curar aquela paixão é o silêncio e a distância. Planeja secretamente casar a filha com um primo, Baltasar Coutinho. Chama logo o rapaz a Viseu, conta seus planos e lhe incentiva a cortejar a filha. Teresa, no entanto, se nega a Baltasar, que insiste em conhecer suas razões: quer ouvir a confissão da prima sobre seu rival. Jura se pôr contra àquela relação, substituindo o tio nesta função se necessário. Tadeu reage fortemente à atitude de sua filha, sentindo-se ofendido no seu direito de pai e decide mandá-la para o convento. Mas nada faz de imediato. Teresa manda semanalmente cartas a Simão, mas lhe esconde as principais ameaças, sobretudo o que escutou de seu primo Baltasar, para evitar um confronto entre os dois. Seu pai, no entanto, trama em segredo sua cerimônia de casamento com Baltasar. Novamente, Teresa se nega. Desta vez, tudo relata a Simão. O rapaz inicialmente tem ímpetos de se vingar, mas, para preservar a possibilidade de felicidade dos dois, acaba por conter-se.
No meio tempo, aluga um cavalo e, quando o arrieiro vem trazer-lhe a montaria, pede-lhe indicação de um refúgio em Viseu. Fica acertada uma hospedagem na casa do primo do arrieiro, o ferrador João da Cruz. O arrieiro encaminha correspondência para Teresa. Ao longe, Simão percebe que na casa de sua amada está acontecendo uma festa.
É uma nova investida de Tadeu. Planeja agora propiciar convívio social a Teresa, na esperança que assim ela deixe de teimar em amar o único rapaz que conhece. O primo Baltasar se encontra entre os convidados e observa todos os passos de Teresa. Percebe assim quando Teresa sai da sala e se dirige ao fundo do quintal. A menina volta logo, mas o primo continua a observá-la e, numa segunda escapada, a segue até o jardim. Teresa percebe seu vulto e se assusta, retornado a casa. Ao pai, Teresa alega que está sentindo dores. Mas como o primo Baltasar não é encontrado na sala, Teresa se oferece para ir procurá-lo lá fora. Aproveita a oportunidade para ir ao encontro de Simão que a esperava junto ao muro e dizer que retorne no dia seguinte. Baltasar, ainda escondido, denuncia sua presença a Simão e o ameaça, sem, contudo, revelar sua identidade.
Trocam os enamorados correspondência. Simão passa o dia na casa do ferrador, que lhe revela se sentir a ele unido por dever de gratidão: o ferrador escapou há três anos da forca por intermédio do pai de Simão. Coincidentemente, há mais tempo ainda, foi empregado de Baltasar Coutinho, que lhe emprestou dinheiro para se estabelecer e, há coisa de poucos meses, lhe chamou pedindo que matasse um homem: o próprio Simão. O ferrador fora na ocasião contar tudo a Domingos Botelho, que, reagindo muito, pôs-lhe a par de toda a situação. O ferrador aconselha-o a tentar resolver a história por alguma outra via, mas Simão insiste em ir ver Teresa à noite. O ferrador então se prepara para acompanhá-lo.
Seguem a Viseu Simão, o ferrador e o arrieiro. Baltasar Coutinho e dois homens estão preparando uma tocaia. Ambos os grupos discutem suas estratégias. Simão mal se avista com Teresa e o clima fica tão tenso e perigoso, que o grupo planeja a retirada. No caminho, encontram mesmo os homens de Baltasar; matam um e ferem o outro. Simão tenta dissuadir João da Cruz a consumar o segundo assassinato, mas o ferreiro não o escuta. Os crimes permanecem um mistério, sem testemunhas e sem ninguém em condições de denunciá-los, já que todos os envolvidos têm sua parcela de culpa e participação.
No embate, Simão fora ferido e passa por temporada de recuperação na casa do ferreiro. É cuidado por Mariana, de quem aos pouco descobre o amor.
Enquanto isso, Teresa é levada provisoriamente ao convento de Viseu, enquanto não se completam os preparativos para sua transferência para o convento de Monchique, no Porto. É introduzida, de imediato, nas intrigas e vícios das freiras, com seus namoros e vida sexual, o consumo de bebida, as disputas pelo poder. Mas ainda assim encontra o favor de uma das freiras, que se compromete a restabelecer sua correspondência com Simão. À noite, quase no escuro, Teresa escreve carta para Simão.
O rapaz, ao receber a carta com notícias do convento, escreve resposta e pede que o ferrador se encarregue de encaminhá-la. O ferrador percebe que o rapaz está quase sem dinheiro e com a filha inventa uma forma de resolver também este problema de Simão: dizem que a mãe lhe enviou dinheiro.
Prepara-se a mudança de Teresa para Monchique e cresce a desesperança dos amantes. Sonham com a fuga. Simão, ao saber que é eminente a ida de Teresa para o Porto, fica transtornado e se prepara para tentar raptá-la. Envia por Mariana uma carta, entregue em mãos a Teresa no convento. Em resposta a Simão, Teresa manda dizer que de nada adiantam os planos de fuga porque uma grande escolta a acompanha na viagem, incluindo o primo Baltasar... Simão se aflige em especial com este detalhe da notícia. Resolve assim mesmo ir ver Teresa à saída do convento e João da Cruz se prontifica a acompanhá-lo, com um grupo, para que possam proceder a um rapto. Simão não aprova o plano, mas mantém em segredo a decisão de ir ver Teresa. Noite alta, Simão aguarda nas proximidades do convento. Às quatro e meia, começa a movimentação da comitiva, formada por Tadeu de Albuquerque, criados, Baltasar e suas irmãs. Tão logo saem todos, Simão os intercepta. Agredido verbalmente por Baltasar, reage e, quando o rival avança, responde com um tiro de pistola. Neste momento, surge o ferrador que incita Simão fugir. Simão, no entanto, se recusa.
O meirinho-geral, vizinho do convento, chega rapidamente e lhe sugere novamente a fuga, que novamente é recusada. O crime rapidamente chega ao conhecimento da família Botelho. As irmãs choram, a mãe espera que o pai interceda favoravelmente ao filho, mas Domingos Botelho é duro: espera que a lei se cumpra com rigor. A situação de Simão é péssima: confessa tudo, sem nem alegar legítima defesa. O pai se nega inclusive a lhe financiar o conforto e as primeiras necessidades na cadeia e decide mudar com a família de Viseu, para que ninguém se sinta coagido a facilitar a situação de Simão.
Já na cadeia, Simão recebe almoço mandado por sua mãe e acompanhado de uma carta. Pelos dizeres da mãe, acaba por concluir que a ajuda que recebera anteriormente não viera dela e passa a recusar qualquer auxílio materno. Em seguida, recebe cuidados de Mariana, que providencia mobília para a cela e o alimenta durante o período de espera do julgamento. Simão é condenado à forca. Mariana, tão logo sai a sentença, sofre de um ataque de loucura.

Amigos, conhecidos, familiares e sobretudo sua mãe, Rita, pressionam seu pai a interceder em seu favor, mas Domingos Botelho, residindo afastado da família, resiste a fazê-lo. Até que um tio o põe contra a parede. Domingos Botelho age, movido também pelo prazer em se mostrar mais influente que Tadeu de Albuquerque. Consegue assim a comutação da pena do filho para um degredo de dez anos na Índia.
Enquanto isso, Teresa se encontra no convento de Monchique, no Porto. Acompanhada de uma criada, Constança, e bem tratada pela sua tia, prelada do convento. Consegue brecha para mandar carta a Simão, onde manifesta que também se sente à espera da morte. Cai doente e só apresenta alguma melhora ao receber notícia de que Simão será transferido para o Porto. Temendo estarem os dois enamorados na mesma cidade, Tadeu planeja mudar Teresa novamente para Viseu. A tia prelada, usando para tanto das normas do convento, o impede de levar a filha.
Na cadeia da relação no Porto, Simão recebe a visita de João da Cruz, que vem acompanhado da filha, já recuperada. Mariana quer novamente servir a Simão. Também restabelece-se a possibilidade de correspondência com Teresa.
João da Cruz retorna a Viseu, deixando Mariana com Simão. Pouco depois é morto em vingança de um antigo crime. Mariana então retorna a Viseu e vende tudo o que seu pai lhe deixou, com a intenção de estar livre para acompanhar Simão no seu degredo.
Uma última decisão judicial ainda permitiria que Simão cumprisse sua pena na prisão de Vila Real, mas este se recusa a aceitar tal mudança. Prefere a liberdade de poder ver o céu e sentir o vento em país estrangeiro do se manter em uma cela. Teresa ainda tenta mudar-lhe a decisão, mas não consegue. Passam-se ainda alguns meses até que em 17 de março de 1807 Simão da Botelho embarca para a Índia. Mariana, sem maiores dificuldades, consegue um lugar à bordo.
Simultaneamente, no convento, Teresa relê uma a uma as cartas de Simão, as enlaça e entrega para Constança com o pedido de que sejam entregues a Simão. Às nove da manhã sobe para o mirante, de onde é possível assistir à partida dos navios . Simão pede a Mariana que lhe mostre o convento e vê Teresa acenando. Lá mesmo no mirante, Teresa morre. O capitão do navio conta a Simão detalhes da morte de Teresa e promete a esse que, caso algo lhe aconteça, reconduzira Mariana a Portugal.
Nesta noite, Simão lê a derradeira carta de Teresa, que lhe chegou junto ao maço de correspondência. Na manhã de 28 de março, morre em alto-mar Simão Botelho, depois de sofrer durante nove dias febres e delírio. No mesmo instante que os marujos arremessam o corpo de Simão ao mar, Mariana se atira e também morre.

sexta-feira, 22 de maio de 2009